segunda-feira, outubro 30, 2006

Sobre o resultado das urnas

Hoje também estou nervoso. Por outros motivos, que não cabe esclarecer aqui. Mas vou aproveitar para descarregar.

Antes de mais nada, queria deixar claro que procurei todas as empresas citadas no post anterior: Ricardo Eletro, Casas Bahia, Shopping Del Rey e Drogaria Araujo. Nenhuma delas respondeu à reclamação. Preferiram se omitir. Pelo menos a caixa de comentários da postagem deixa claro que mais pessoas concordam comigo. Talvez um dia essas e outras empresas nos respeitem e eu não precise mais vê-las como estelionatárias.

A respeito da eleição. Já foi discutido em diversos blogs a possibilidade (que se confirmou) de Alckmin obter, no segundo turno, uma votação menor que no primeiro. Isso mostra que a candidatura tucana estava inchada, e foi além do que realmente poderia ir. Motivo? Na minha opinião: foi uma candidatura cuja proposta não fez o menor sentido.

O tema da ética é importante, mas não se resumia a uma simples discussão sobre "de onde veio tal dinheiro?". Alckmin sabia que não podia levar esse tema muito adiante, pois iria sobrar tanto para o PSDB quanto para o PFL. E, quando tentou partir para outros temas, se deu mal.

Muita gente (no caso, eleitores tucanos) ainda se questionam sobre os métodos e as propostas de Lula para o país. A verdade é que desde João Goulart Lula é o único presidente ligado a movimentos sociais e não à elite econômica e intelectual do País. Ele ocupa hoje um posto que, fora o período Jango, sempre esteve ocupado por alguém que, de uma forma ou de outra, era intimamente ligado ao mesmo pensamento colonial que comanda o Brasil desde que Pedro Álvares Cabral aportou po aqui.

É esse pensamento que sustenta a tese de que o problema do Brasil é econômico e não social. É esse pensamento que defende a idéia de que o Brasil vai pra frente quando resolvermos os problemas de déficits, superávits e das estatísticas.

Esse pensamento nega a idéia de que, distribuindo renda, a economia vai se movimentar e o crescimento vai acontecer de baixo para cima.

Por outro lado, Alckmin tentou insistir que o desenvolvimento do Brasil passa por grandes obras do Rio Grande do Sul ao Acre.

Ou seja, sustenta uma tese de desenvolvimento baseada num estado investidor e fornecedor de empregos, paradoxalmente calcado num corte de impostos e de gastos.

Resumindo: o pensamento tucano, nesta eleição, não fez o menor sentido. E, quando não há argumentos democráticos para combater uma idéia, a solução para quem está perdendo é a de ir para o tudo ou nada. Em outras palavras: golpe. Foi o que aconteceu com Jango. Esperamos que nunca mais se repita. Mas que tem gente querendo, tem.

PS: atendendo a pedidos, voltarei em breve com as postagens sobre o cinema brasileiro. Aguardem e confiem.