terça-feira, dezembro 05, 2006

Vai trabalhar, vagabundo!

A frase acima com certeza só pode ter sido criada por alguém extremamente reacionário. Na época da ditadura, era o lema de quem não gostava de negociar com grevistas. O lema de quem pensa que trabalhador tem que trabalhar calado, aceitar o que o patrão impõe.

Pode até ser. Mas pensemos por outro lado. Na verdade, o lema "vai trabalhar, vagabundo" é resultado da inveja. Qual inveja? Da inveja que temos dos vagabundos. Todos nós recriminamos aqueles que não são lá muito afeiçoados ao trabalho, que passam meses sem trabalhar às custas dos outros, que não se sustentam nem pagam suas contas.

Na verdade, no fundo, no fundo, há uma vontade inconsciente de querer ser como os vagabundos. Tanto é que, nas séries de tevê e programas de humor, os vagabundos sempre fazem sucesso. Vejamos alguns exemplos:



Agostinho Carrara: É o vagabundo enrolado. Se veste muito mal e trabalha pouco, quando trabalha. Finge que tem moral em casa, mas não tem. Em tudo que se mete, faz bobagem e a coisa dá errado. Entretanto, é o personagem preferido da galera.


Bart Simpson: É o vagabundo pré-adolescente. Mata aula, cola pra cacete, só tira nota ruim, xinga a professora, passa mais tempo na sala da diretoria do que na sala de aula.


Seu Madruga: É o vagabundo injustiçado. Até tenta trabalhar e sair da pindaíba, mas o desemprego é crônico. Enrola o Seu Barriga com o pagamento do aluguel não porque quer, mas porque não tem dinheiro. Desconta a agressividade da Dona Florinda no Chaves, mas todos sabem que no fundo ele tem bom coração. Provou isso no episódio da venda de churros.


Joey Tribbiani: É o vagabundo burro. Acha que tem um trabalho de verdade, que é bom naquilo que faz. Mas, na verdade, é enganado pela agente e pelos amigos, que fingem que acreditam que ele é bom ator só pra agradá-lo. Como os demais vagabundos, vai levando a vida enrolando os outros.


Patropi: Era tão vagabundo, mas tão vagabundo, que a única coisa que fazia além de não fazer nada era interpretar o Fofão.


Carlos Alberto de Nóbrega: Esse é o mais vagabundo que já existiu. Há 30 anos que a única coisa que faz é ler jornal no banco da praça. Alguém já viu Carlos Alberto de Nóbrega trabalhando? Duvido muito. Ele não é bem o tipo do vagabundo que faz sucesso, mas merece admiração por passar tanto tempo agüentando piadinhas sem-graça de um bando de malas. Eu, no lugar dele, já teria dado um sopapo na orelha da velha surda há muito tempo!

E vocês, lembram de outros vagabundos? Se sim, então parem de ver tevê e vão trabalhar, vagabundos!

3 Comments:

At 7:28 PM, Blogger mel said...

HAHAHAHAHA!
Carlos Alberto de Nóbrega! Total! Nunca tinha parado pra pensar no quão vagabundo ele é!!!

 
At 10:42 AM, Anonymous Anônimo said...

sei de um, que fica em casa sem fazer porra nenhuma e fica catalogando vagabundos em seu blog.

serve?

 
At 6:13 PM, Blogger graziipa said...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. risos a parte para comentário de camargos! rs. aff

 

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