domingo, janeiro 07, 2007

Tempo de viver - que coisa mais brega!

Bem vindos ao primeiro post de 2007. Como todo ano que se inicia (para alguns, só depois do carnaval), chegou a vez de botar em ação projetos engavetados, fazer alguma coisa, sair do lugar. Essa é a lógica que, queiramos ou não nos move: princípio de ano é o tempo de começar a fazer melhor do que no ano anterior. Para os mais bregas, digamos que seja “tempo de viver!”.

Mas que fique bem claro: “tempo de viver” é só para os mais bregas. Você acha que não?


Pense numa coisa chique. A Folha de S. Paulo, por exemplo, é um jornal chique. Porta-voz dos engravatados executivos paulistas, o periódico que se auto-intitula “um jornal a serviço do Brasil” tem a certeza de que é o New York Times tupiniquim.


Segue sempre com a mania de transformar tudo o que é notícia em gráficos bonitos e, na ânsia por uma objetividade, brinda-nos com parágrafos que às vezes duram menos de uma linha. Tem também articulistas bem articulados, considerados “independentes”, no sentido pejorativo que esta palavra tomou em um meio jornalístico onde independência nada mais é do que peça de ficção.


Pois bem, como já dissemos, tempo de viver é coisa de gente brega. Gente chique quer saber é de outra coisa. Vejamos, por exemplo, a capa da Folha de S. Paulo do último dia 3 de janeiro.


Sei que está difícil de conferir, mas façamos um resumo. Em pleno tempo de viver, metade das dez chamadas de capa da Folha envolviam o tema "morte": mortes no Rio, em São Paulo, nas estradas, no Iraque e na Indonésia.


Para o jornal a serviço do Brasil, é tempo de morrer.


Boa morte em 2007!